terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Desde que não chova - Fim


Apesar de seguirem o mesmo caminho, em sentidos opostos, em momentos tão próximos, dormiam no ombro um do outro mesmo sem saberem, mesmo sem imaginarem que estavam tão perto. O amor que sentem, um amor único que se divide em dois para que cada um sinta a sua parte, não se encarregou até esse dia de garantir que essas metades do mesmo amor se voltassem a unir, talvez porque nem tudo o que se divide se pode voltar a juntar. Esse amor deveria existir para que não chorem mais pela ausência um do outro, para que a distância não determine o que a saudade questiona e para que seja festa sempre que os suspiros sejam mais intensos que os foguetes.

Esse amor poderia provar muita coisa se os tivesse unido. Irá ainda a tempo de o provar? A maior prova que nos deixa é que por si só é insuficiente. Não basta amar nem lutar se não se conjugarem o momento, o lugar e as pessoas. Aquela festa, aquele rio, estes dois apaixonados não bastam para que um barco parta rumo à felicidade. Um dia esse barco partiu apenas com ele. Outro dia estava lá ela mas o barco nem chegou a sair daquele porto. Se fossem juntos nesse barco, estariam agora nos braços um do outro a sorrir, enquanto vivem, e não no ombro um do outro a sonhar, enquanto dormem.

O amor é uma festa e uma festa é a conjugação do momento que se vive, do lugar onde se dança e das pessoas com quem se festeja. A vida continua e para que haja sempre festa, para que se dance e se festeje a vida, para que se dance e se festeje o amor, os velhos só pedem que não chova.

1 comentário:

  1. Siempre es preciso saber cuando se acaba una etapa de la vida. Cerrando círculos, cerrando capítulos, historias. Lo importante es poder cerrarlo, y dejar ir momentos de la vida que se van clausurando. No podemos estar en el presente añorando el pasado. Ni siquiera preguntandonos por qué. Lo que sucedió, sucedió, y hay que soltarlo, es necesario desprenderse. Los hechos pasan, y hay qué dejarlos ir. La vida está para adelante, nunca para atrás. No eres el mismo que fuiste hace dos días, hace tres meses, hace un año. Por lo tanto, no hay nada a qué volver. Cierra la puerta, cierra el círculo, pasa de capítulo, cambia de historia. Ni tú serás el mismo, ni el entorno al que regresarás será igual, porque nada se queda quieto, nada es estático. Nada ni nadie es indispensable. Ni una persona, ni un lugar. Nada es vital para vivir, ya que cuando llegaste a este mundo, esos adhesivos no existían en tu vida.
    Es costumbre aferrarse a las personas, a los lugares, a las vivencias, es difícil aprender a vivir sin ellas. Y hoy te duele dejarlo ir. Aprender a desprenderse, se puede: nada ni nadie no es indispensable. Sólo es costumbre, apego, necesidad..

    LAU

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